Boletim da Frente Brasileira contra os acordos Mercosul com EU e EFTA

 Boletim da Frente Brasileira contra os acordos Mercosul com EU e EFTA

A Frente Brasileira Contra os Acordos Mercosul-EU e Mercosul-EFTA divulgou uma Newsletter com avaliações sobre as dificuldades no fechamento do acordo bem como os temas que mais impactam e as dificuldades do Mercosul, na medida em que há uma assimetria nas propostas, com prejuízo para o Mercosul.

Confira os temas da Newsletter. Você também pode acessar a íntegra via o PDF ao final.

Seminário discute impactos do Acordo Mercosul-UE na vida das mulheres

Nos dias 09 e 10 de novembro, as organizações Instituto Equit; Rebrip; América Latina Mejor Sin TLC; PowerShift; Liderando desde el Sur; Both Ends; Bundesministerium für wirtschaftliche Zusammenarbeit und Entwicklung; ATTAC Argentina; Stifnung nord-süd brückren; FIAN; Red de género y comercio; NaturFreunde e Transnational Institute realizaram um seminário para debater os impactos do acordo Mercosul-União Europeia com foco central na precarização, perda de emprego e pobreza da população feminina.

Durante os dois dias do seminário, oito mesas de discussão abordaram diversas agendas chave para o tema. Discutiu-se temas como o contexto geopolítico e do comércio internacional e questões relacionadas à agricultura, territórios indígenas, saúde, desindustrialização, privatização e democracia. O evento proporcionou uma análise abrangente dos possíveis desdobramentos do acordo sobre a vida das mulheres no Brasil e nos países envolvidos.

Complicam-se as negociações Mercosul-UE por medida anti-desmatamento

Autoridades brasileiras disseram que a nova legislação da União Europeia exigindo que os produtores de commodities provem que sua cadeia de suprimentos é livre de desmatamento está complicando as negociações de um acordo comercial com o Mercosul.

Embora o ônus de cumprir as novas regras recaia sobre os importadores da UE, a secretária de comércio exterior do Brasil, Tatiana Prazeres, disse que o impacto comercial para os exportadores em termos de aumento de custos e burocracia não pode ser ignorado nas negociações comerciais.

“Não se pode oferecer com uma mão o que se tira com a outra”, disse.

UE queria fechar acordo com Mercosul antes de Milei assumir

A União Europeia afirmou que continuaria trabalhando para finalizar o acordo entre Mercosul e o bloco europeu até o prazo de 7 de dezembro, estabelecido pelos dois grupos. O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, declarou que poderia retirar seu país do Mercosul, num gesto que abalaria todos os planos de um pacto comercial entre os dois blocos. Ele, porém, assumirá o governo no dia 10 de dezembro, depois do prazo que Mercosul e UE estabeleceram para que um entendimento fosse costurado. Mas havia dúvidas sobre como iriam reagir a partir de agora os negociadores argentinos, principalmente com uma equipe d

e transição sendo estabelecida. Além disso, existiam dúvidas também sobre a capacidade de a Europa de rever algumas das suas exigências, principalmente no setor ambiental.

Mercosul e UE desistem de acordo na cúpula do Mercosul; futuro da negociação fica em aberto

Os europeus foram informados oficialmente sobre a desistência nesta sexta-feira (1º). O governo argentino — ainda com o peronista Alberto Fernández na Casa Rosada — comunicou ao Brasil que não terá condições de assumir novos compromissos nas negociações e que pretende deixar as decisões pendentes para Milei.

Com isso, foi desmarcada uma rodada possivelmente decisiva de negociações, que ocorreria no Rio de Janeiro, em meio à reunião do Mercosul. Também foi descartada uma vinda da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à cúpula do Mercosul, que ocorrerá no Rio de Janeiro. Auxiliares de Lula acreditam que um desfecho positivo ainda é plenamente possível nos primeiros meses de 2024, mas tudo dependerá do desejo de outros parceiros em prosseguir com as negociações.

Lula sofre pressão interna contra acordo com UE e busca culpar europeus

Antes de viajar para a Conferência do Clima da ONU, em Dubai, Lula recebeu mensagens de alguns dos principais sindicatos do país alertando para o fato de que o tratado seria um equívoco, prejudicaria a indústria nacional e não geraria ganhos ao país.

Diante da situação, os grupos solicitaram ao presidente uma reunião em caráter de urgência. Diante da pressão, Lula pediu que seu assessor especial, Celso Amorim, interrompesse parte da viagem ao exterior e retornasse ao Brasil. “Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar clara é que não digam mais que é por conta do Brasil. E que não digam mais que é por conta da América do Sul”, afirmou Lula.

Acordo com UE oferece pouco e exige muito do Mercosul, diz Amorim

O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou na segunda-feira (4) que o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia “oferece pouco” e “exige muito” do bloco sul-americano. “Fica apenas a questão: vale a pena ter um acordo de livre comércio, ainda que não seja o ideal, só por ter?, questionou Celso Amorim.

Celso Amorim disse, ainda, que não se surpreendeu com a negativa do presidente da França, Emmanuel Macron, ao acordo comercial. “É óbvio que, historicamente, nós tratamos esse acordo como estratégico, em termos até do equilíbrio global”, observou Amorim. “Mas a Europa de hoje não é a mesma Europa de quando nós começamos a fazer o acordo. (…) Vamos ouvir agora a sociedade brasileira também, quer dizer, aquela parte da sociedade que não é ouvida, não é ouvida pelo valor tampouco. Têm de ser ouvidos os pequenos agricultores, enfim, os sindicatos, saber como eles estão vivendo essa questão”, defendeu o assessor especial da Presidência.

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