Brasil continua matando pessoas trans

 Brasil continua matando pessoas trans

A Associação Nacional de Trans e Travestis realizou levantamento sobre o número de mortes de pessoas transexuais mortas no primeiro semestre desse ano: nada menos do que 80 pessoas foram assassinadas entre janeiro e junho de 2021.

Em entrevista ao portal G1, Bruna Benevides, uma das responsáveis pelo levantamento diz que “nunca houve um momento tão vulnerável e violento para as pessoas trans como o que estamos vendo agora”.

O levantamento da Antra é feito a partir de reportagens e relatos de organizações LGBTQIA+. Segundo a associação, não existem dados oficiais e isso significa que o número de mortes pode ter sido ainda maior.

Em 2020, o Brasil se manteve como o país que mais mata trans e travestis. Durante o ano passado, foram 175 assassinatos.

A pandemia piorou, sobremaneira, as condições de vida da população trans, principalmente daquela que vive ou trabalha na rua, já que essas pessoas têm imensa dificuldade em conseguir trabalho, fruto do preconceito e discriminação que existe no país.

Neste primeiro semestre de 2021, a maioria das mortes violentas foi de mulheres trans/travestis negras, perfil que se repete todos os anos. A violência contra mulheres negras também é constante em outros grupos populacionais.

Os estados onde essa violência é mais recorrente são Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

Entre as vítimas de assassinatos desse ano, a maioria tinha menos de 35 anos. Aliás, 35 anos é considerada a expectativa de vida dessa população no país.

O levantamento da Antra também contabiliza 33 tentativas de assassinato e nove casos de suicídio.

É preciso que a sociedade tome consciência dos direitos das pessoas trans: direito ao trabalho, à cidadania e à vida.

A presidente do SEESP Elaine Leoni, que coordena o Comitê LGBTQIA+ da Internacional de Serviços Públicos (ISP) no Brasil, afirma que é preciso ficar atento a estes dados, “principalmente porque na categoria da Enfermagem existem trabalhadoras trans que sofrem discriminação e assedio, rotineiramente. A nossa entidade sindical tem o dever de lutar pela proteção desses profissionais e combater a discriminação e o preconceito”.

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