Falta de energia prova que serviços essenciais não devem ser privados

 Falta de energia prova que serviços essenciais não devem ser privados

A privatização de serviços essenciais já se mostrou fracassada inúmeras vezes. O exemplo mais recente o da energia elétrica. Depois de uma semana da tempestade que atingiu a Grande São Paulo, inúmeras residências e comércios continuam sem energia, gerando prejuízos e colocando a saúde de muitos em risco.

A falta de energia causou e continua causando danos a hospitais e outras instituições de saúde, como casas de longa permanência; remédios que precisam ficar acondicionados em refrigeração, como insulina, perderam a validade, colocando em risco hospitais e laboratórios; muitas salas de vacinação também não tem geradores e as vacinas são perdidas. Há relatos de muitas pessoas que perderam medicações caras e que não tem dinheiro para repor; assim como produtos alimentícios em residências e comércios.

A empresa Enel, que atende São Paulo, é italiana e privada. Recebeu a concessão da antiga Eletropaulo e o apagão mostra que ela está despreparada para atender à população, principalmente porque seu objetivo é gerar lucro máximo e não garantir o atendimento adequado.

Não há registro de colapso no fornecimento de energia elétrica por tanto tempo em São Paulo. A falta de energia também prejudica o fornecimento de água e transforma a vida dos cidadãos num verdadeiro martírio.

Quando vendeu a Eletropaulo, o governo do PSDB dizia que a prestação de serviços privatizada asseguraria permanência ou continuidade, regularidade, generalidade, modicidade, cortesia e eficiência.

Esse discurso era mentiroso, ao asseverar que o Estado não teria condições de assegurar a excelência dos serviços. A ideia de que o capital privado cumpriria melhor esse papel, uma vez mais, caiu por terra.

A política adotada depois da privatização da Eletropaulo desestruturou a empresa. As superintendências regionais, bem estruturadas, autossuficientes e com lideranças competentes, especialmente de engenheiros, foram desmontadas.

Na área de distribuição, havia uma engenharia central e diversas regionais, com equipes de manutenção, de distribuição e de prontidão, para atendimento de emergências. Na época, o planejamento atendia ocorrências em até 15 minutos.

Com a privatização, houve mudanças negativas no sistema. O quadro de pessoal foi reduzido a um terço e avançou a terceirização, mesmo com o aumento dos clientes. A redução de custo não atingiu as tarifas, que passaram a subir acima da inflação.

Outro dado importante foi a expressiva diminuição do número de engenheiros, que prejudicou a qualidades dos serviços, e também a redução do número de trabalhadores especializados, afetando a capacidade de atendimento da sociedade.

Diminuíram as agências físicas e o atendimento virtual não funciona quando mais se precisa, como agora no apagão. E a promessa de que a tarifa seria mais barata era pura propaganda enganosa.

Enquanto a qualidade dos serviços caía e as contas de luz aumentavam, os donos da empresa comemoravam os sucessivos incrementos nos lucros, ainda maiores com a venda dos imóveis da empresa.

A nova configuração da Enel tem com o único objetivo aumentar a margem de lucros e acabou por tornar a empresa incapaz de enfrentar emergências nos períodos de chuva, como se vê agora com o maior apagão da história paulistana.

Por todas essas razões, a população de São Paulo precisa estar atenta. O atual governador de São Paulo, que reza pela mesma cartilha dos privatistas, quer privatizar a Sabesp e outras empresas do Estado. O SEESP alerta: privatização, não!

Deixe uma Respota

O seu endereço de e-mail não será publicado.