Global Nurses United realiza conferência telefônica para discutir o ebola

O Global Nurses United (GNU), entidade internacional que agrega sindicatos de diversos países, realizou na noite desta terça-feira (4) uma conferência telefônica com 20 representantes para discutir sobre a epidemia do ebola.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até dezembro, serão registrados de 5 a 10 mil novos casos por semana. Até o final de outubro, a OMS registrou 4.920 mortos e 13.703 casos. A pior epidemia já registrada desta doença. Libéria, Serra Leoa e Guiné são os países com maior número de casos.
Na Espanha, uma enfermeira ficou isolada por mais de 30 dias e curou-se. Nos Estados Unidos, duas enfermeiras também permaneceram internadas.
Pelo fato da equipe de enfermagem ser a linha de frente no atendimento e acompanhamento de pacientes em todo o mundo, o GNU organizou a conferência para discutir as ações que vem sendo realizadas em cada país para proteger os profissionais e, principalmente, evitar o aumento do contágio.
A diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), Ana Firmino, participou do debate.
“É nítido que, para a maioria dos países, a principal questão é o treinamento sobre como lidar com as suspeitas de infecção e, nos locais aonde há maior número de casos, a quantidade de profissionais disponíveis é baixa em comparação a demanda de cuidado que a doença exige”, comentou Ana.
Na Grécia, por exemplo, um hospital foi reativado para atender as ocorrências, mas não tem recursos suficientes para suprir. Na Espanha, foi criada uma comissão para coordenar as ações e padronizar as regras de atendimento em todas as regiões.
“No Brasil, nós temos acompanhado as medidas do Ministério da Saúde como a triagem nos aeroportos de passageiros oriundos de locais afetados pela epidemia”, declarou Ana Firmino.
GREVE DE ENFERMEIRAS AMERICANAS: no dia 12 de novembro está prevista uma greve nacional de enfermeiras nos Estados Unidos para mobilizar os hospitais locais a adotarem medidas de proteção no tratamento.
Somente na Califórnia, a Entidade americana registra 50 mil profissionais. 100 mil em todo o país.
A greve é um protesto após duas enfermeiras de um hospital em Dallas, no Texas, serem contaminadas ao cuidar de um liberiano. Ambas estão curadas.
“Nós somos totalmente solidários a essa greve por entender que o profissional tem, por direito, a proteção de sua saúde. Não há de se permitir que as instituições desconsideram os cuidados necessários que, nesse caso, devem ser de alto nível, expondo os trabalhadores ao risco de contaminação. Precaver o adoecimento de um profissional faz parte das ações de erradicação da doença de forma geral”, comentou Solange Caetano, presidente do SEESP e que representa o Brasil no GNU.