Leitos de UTI no Estado de São Paulo já atingem uma quantidade crítica por conta da Covid-19

 Leitos de UTI no Estado de São Paulo já atingem uma quantidade crítica por conta da Covid-19

O bairro do Brás, onde há aglomerações diárias tem o segundo maior número de mortes na Capital. São 267 por 100 mil habitantes.

A taxa de ocupação nas UTI´s dos hospitais no estado de São Paulo, por Covid-19, vem aumentando muito. Antes de finalizar a chamada primeira onda, ou seja, sem uma queda brusca no número de casos, o isolamento foi flexibilizado pelas autoridades e ignorado pela população. Sem lideranças capazes de dar o exemplo; com um presidente que minimiza a gravidade da doença, parece que as pessoas, perderam o medo e passaram a acreditar que é apenas uma gripezinha, e só mudam de opinião quando a doença atinge ou mata alguém próximo.

Com a chegada do fim de ano, aumentam as aglomerações em grandes centros comerciais, bares e nos pequenos comércios de bairros, deixando de lado as medidas sanitárias orientadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Para grande parte da população, a máscara não é item obrigatório ou é usada de forma errada.

O bairro do Brás, onde há aglomerações diárias, é a segunda maior taxa de mortes por Covid-19 em São Paulo, com 267 mortes por 100 mil habitantes. Em primeiro, está o bairro do Belém, com 271 mortes. Este levantamento foi feito pela rede de TV Globonews, com base em dados do Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade (PRO-AIM), da Secretaria Municipal da Saúde.

O governo do Estado de São Paulo demorou para avisar que as internações estavam aumentando neste período, visando favorecer seus candidatos nas eleições. No dia seguinte ao termino do segundo turno, anunciou a volta à fase amarela em todo o Estado, manteve o comércio aberto, assim possibilitando e até favorecendo que as aglomerações venham a acontecer na medida que não garante a fiscalização.

Hoje, o governo do Estado já admite que a situação é de alerta, e que se os indicadores de internações continuarem a subir, medidas mais restritivas poderão ser adotadas.

Segundo o levantamento diário, feito pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP) da Secretaria Municipal de Saúde, a taxa de ocupação dos leitos aumentou consideravelmente nos últimos meses. Na rede pública do Estado, o total de internações chega hoje a 4192. Desse total, 1798 estão em UTI`s. O Hospital das Clínicas lidera o ranking de internação, com 249 leitos, sendo 110 de UTI; em seguida, está o Hospital Municipal de Guarapiranga, com 102 leitos de UTI´s; e o Hospital Municipal de Parelheiros, com 96 leitos de UTI´s ocupados.

Na rede privada, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SINDHOSP), entre os dias de 23 a 26 de novembro a ocupação dos leitos de UTI para covid-19 era de 84%. Para os especialistas, o aumento de internações é reflexo da piora da pandemia devido o relaxamento por parte da população. O levantamento divulgado no último dia 30, aponta que houve um crescimento nas internações pela doença em 79% dos hospitais da rede particular, em comparação com o início do mesmo mês.

Além disso, com esse aumento de casos e internações, os profissionais de Enfermagem, que já vinham de uma longa jornada de trabalho, desde o início da pandemia, se veem ainda mais apreensivos. A exaustão por conta do cansaço físico e mental ficam visíveis ao longo da jornada de trabalho. Por isso, as chances de contaminação aumentam e consequentemente estão adoecendo em maior número.

Para a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), Solange Caetano, “com o aumento de casos da Covid-19, o sistema de saúde está ficando cada vez mais sobrecarregado e consequentemente os profissionais de Enfermagem e de Saúde, já estressados e extremamente cansados, não se recuperarão nem da primeira onda e já estão prestando assistência aos novos casos da segunda onda. Os trabalhadores ficam cada vez mais susceptíveis ao adoecimento, devido ao desgaste físico e mental a que estão submetidos diariamente”.

Nós do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), estamos trabalhando de forma interrupta para garantir que todas as medidas em relação a saúde de nossos profissionais, sejam tomadas por parte de seus empregadores, buscando melhores condições de trabalho e segurança durante esse a pandemia.

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