Presidente Prudente: SEESP inicia I Simpósio sobre Violência Laboral no Cotidiano da Enfermagem

 Presidente Prudente: SEESP inicia I Simpósio sobre Violência Laboral no Cotidiano da Enfermagem

O Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) estreou nesse sábado o I Simpósio sobre Violência Laboral no Cotidiano da Enfermagem, que faz parte de uma série de atividades que acontecerão no decorrer do ano e debaterá o assédio moral com profissionais e graduandos de Enfermagem.

Realizado em Presidente Prudente, o simpósio reuniu dezenas de enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem, além de acadêmicos. A mesa de abertura foi composta pela presidente do SEESP e da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), Solange Caetano; pela diretora do SEESP e da Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL), Elaine Leoni; pelo coordenador da graduação em Enfermagem da Faculdade de Presidente Prudente (FAPEPE), professor Felipe Perucci; pelo secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto; pela coordenadora da CUT Presidente Prudente, Ana Lúcia Flores; e pela chefe técnica do COREN-SP subseção Presidente Prudente, Juliana Gouvea.

Em fala unânime, a mesa reforçou a importância de debater o assédio moral no ambiente da Enfermagem, e da realidade vivida entre os profissionais expostos a situações que influenciam diretamente na sua atuação e na qualidade da assistência à saúde.

Panorama das Condições de Trabalho da Enfermagem Paulista: a presidente do SEESP e da FNE, Solange Caetano, palestrou sobre o panorama da Enfermagem apresentando dados sobre o perfil da categoria, cenário trabalhista e o impacto de projetos políticos na profissão.

“A terceirização que foi sancionada e as propostas de reforma trabalhista e previdenciária trarão grandes danos aos nossos trabalhadores e todos os dias reforçamos que é preciso acordar e agir contra isso, pois lutamos durante tantos anos para manter e ampliar nossos direitos e não podermos permitir agora que tudo isso seja retirado”, comentou.

Debate: na sequência da atividade, um debate sobre o tema – com apresentações sobre a definição de assédio moral, características do assediador e do assediado, as consequências e como agir em situações deste tipo.

Os diretores do SEESP, Péricles Cristiano Batista Flores, Juvenal Tadeu Canas Prado e Elaine Leoni, e o advogado André Caetano esclareceram aos participantes as diferenças entre os assediadores, quando se trata de poder diretivo do empregador e o que já ultrapassa esse limite. Solange Caetano também participou da discussão colocando fatos que o SEESP já recebeu. “Nós tivemos casos de suicídio de profissionais que não suportaram conviver e viver sob assédio e, infelizmente, são situações que só ficam públicas quando a consequência é dessa gravidade, uma depressão profunda ou transferência daquela dor para outras pessoas”, comentou Solange. “Combater o assédio moral é um papel de todos nós, e para isso é preciso entende-lo em detalhes e repassar as informações aos companheiros de profissão. Pode não parecer, mas os empregadores também acabam agindo sem ter o total conhecimento que suas atitudes são caracterizadas como assédio e que sua prática é prejudicial não só ao colaborador, mas a própria instituição e a terceiros que utilizam dos serviços”, finalizou.

O coordenador do curso de graduação em Enfermagem da FAPEPE, Felipe Perucci, apresentou aos debatedores um questionamento em relação ao medo da categoria em debater um assunto tão constante no ambiente de trabalho e na vida e que, quando há possibilidade de discuti-lo, vê-se a ausência dos profissionais. Para Solange, “É algo que desde a formação deve ser colocado. Nós aprendemos a entender a saúde da mulher, a saúde do idoso, da criança, mas e a saúde do trabalhador? É que sempre falamos: cuidados dos outros, mas quem cuida de nós?”, comentou. “Debatemos esse assunto há muitos anos, o assédio moral é um caso de saúde sim, e cada vez mais precisamos levar a cada enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, a cada acadêmico que só consciente dos seus direitos é que ele é capaz de enfrentar esse mal”, finalizou.

Carta de Recomendações de Combate ao Assédio Moral: ao final do evento os participantes deliberaram em conjunto propostas que serão transformadas em uma Carta de Recomendações de Combate ao Assédio Moral da Enfermagem de Presidente Prudente, que farão parte de um conjunto de cláusulas que constituirão a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria focada na prevenção e combate do assédio.