Saúde indígena em pauta: Presidente da FNE participa de reunião extraordinária da MNNP-SUS

Hoje, 25/07, Solange Caetano, presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros e secretária-geral do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP) participou da Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS (MNNP-SUS).
A discussão concentrou-se exclusivamente na saúde indígena, com um enfoque significativo nas condições de trabalho dos profissionais que cuidam dessas comunidades. Historicamente, as comunidades indígenas têm enfrentado desvantagens significativas no que se refere ao acesso a serviços de saúde apropriados, acarretando consequências severas para sua saúde e qualidade de vida.
Um dos principais desafios enfrentados é a carência de infraestrutura adequada. Muitas dessas comunidades habitam áreas remotas e de difícil alcance, o que torna a prestação de cuidados de saúde uma tarefa considerável. A ausência de vias pavimentadas, pontes, transporte regular e comunicações eficientes resulta em períodos prolongados de isolamento, tornando as comunidades praticamente inacessíveis aos serviços de saúde.
Em emergências médicas, a falta de acesso rápido a hospitais e centros de saúde pode levar a agravamento de doenças e lesões, muitas vezes resultando em mortes evitáveis. Além disso, doenças que poderiam ser tratadas e controladas com cuidados básicos de saúde podem se tornar epidemias em comunidades indígenas devido à falta de intervenções oportunas.
A qualidade precária das unidades básicas de saúde tem um impacto direto na qualidade do atendimento e na eficiência dos serviços oferecidos à comunidade. É comum que as pessoas sejam atendidas no chão ou em bancos improvisados, um triste reflexo da negligência e do descaso com a saúde.
Os profissionais de saúde que atuam nessas comunidades enfrentam desafios monumentais diariamente. Além de lidar com a escassez de recursos médicos básicos, eles também têm que superar obstáculos físicos para prover assistência. A necessidade de transportar botijões de gás para cozinhar sua própria comida, atravessando rios e carregando barcos e materiais nas costas, ilustra a difícil realidade que enfrentam.
“A situação presente claramente destaca a insuficiência de investimentos e a falta de prioridade dada à saúde indígena nas políticas públicas. Torna-se imprescindível, que sejam adotadas medidas efetivas para assegurar o acesso à saúde e condições de trabalho adequadas para os profissionais atuantes nesses territórios, visando aprimorar o bem-estar das comunidades vulneráveis”, ressaltou Caetano.
Garantir a saúde indígena é um imperativo ético e humanitário. Tanto o SEESP quanto a FNE lutam para que esse direito seja respeitado e promovido em toda a sua plenitude.