Vacinas são insuficientes para metade dos profissionais da saúde

 Vacinas são insuficientes para metade dos profissionais da saúde

O Plano Nacional de Imunização, elaborado às pressas pelo MS, diante das pressões sofridas pelos diversos setores da sociedade, não será cumprido na sua totalidade, em razão das dificuldades que o Instituto Butantã e a FioCruz estão enfrentando para receber o imunizante necessário à produção das vacinas da Covid-19. Embora ambos tenham acordos comerciais com as empresas Sinovac e Astrazeneca, a liberação do embarque do produto depende de acordos entre os governos. O que vem sendo frustrado pela péssima politica internacional desenvolvida pelo governo brasileiro.

Com vacinas insuficientes, a primeira fase da campanha que previa imunizar profissionais de saúde, povos indígenas e idosos acima de 75 anos, será reduzida. A tão sonhada vacina será aplicada apenas em profissionais da saúde que atuam diretamente nas UTIs e atendem os pacientes nas unidades básicas de saúde. É a imposição de prioridades dentro das prioridades, fazendo com que um grande número de profissionais da linha de frente no combate à doença, continuem expostos, sob o risco de serem contaminadas, aumentando a ansiedade e a insegurança entre eles.

Segundo especialistas da Rede de Pesquisa Solidária, que reúne mais de 100 pesquisadores brasileiros, existem no país atualmente pelo menos 5 milhões de trabalhadores da saúde, sendo que destes, a Enfermagem corresponde a pelo menos 52% do seu total. Para aplicação das duas doses, seriam necessárias 10 milhões de doses para que ocorresse a cobertura vacinal de todos.

O diretor do SEESP, Aditon Dorival Leite testemunhou que a Unicamp, local onde trabalha, recebeu quatro mil doses, quantidade suficiente para imunizar apenas duas mil pessoas. Portanto, insuficiente para que todos os profissionais sejam imunizados.

Além das 6 milhões de doses do Butantã, o governo federal propagandeou que haveriam mais 2 milhões de doses compradas pela FioCruz, que viriam da Índia, porém não sabemos quando isso irá acontecer, visto que a Índia resolveu priorizar os países com os quais mantem relações diplomáticas mais adequadas, caso em que o Brasil não se enquadra.

Dando mais um furo n´água, o presidente Bolsonaro adesivou um avião e mandou decolar para buscar as vacinas na Índia, sem ter qualquer acordo acertado sobre o insumo. Conclusão: o avião teve que retornar do meio do caminho. Mais uma demonstração da incompetência e do descaso deste governo.

O que temos visto é que a vacina é hoje o produto mais disputado no mundo e com toda esta desorganização e falta de comprometimento politico do presidente, a tendência é que os brasileiros fiquem muito tempo sem ela. Lembre-se: exclusivamente por culpa do ocupante do Palácio do Planalto.

Esta triste realidade pode ser comprovada na analise feita por Mário Scheffer, coordenador da Rede de Pesquisa Solidária, que afirma que foi perceptível a total falta de planejamento e de diretriz para compatibilizar a quantidade de doses disponíveis com a quantidade de pessoas nos grupos considerados essenciais.

A presidente do SEESP, enfermeira Solange Caetano, avalia que o governo federal errou ao apostar apenas na vacina da Astrazeneca. “Era preciso apostar em todas as vacinas e fazer acordos de forma antecipada para garantir que os brasileiros tivessem acesso à imunização rapidamente.” Para ela, isso só seria possível com um governo comprometido com a saúde da população, o que não é o caso de Bolsonaro.  “Infelizmente, esse é um governo da morte e não da vida”, finaliza.

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