Depois de uma tarde de mobilização em frente à Prefeitura Municipal de São Paulo, dirigentes sindicais e uma comissão de trabalhadores foram recebidos por um representante do prefeito Ricardo Nunes, o senhor Milton Alves, da Casa Civil.
Os cerca de 1600 trabalhadores demitidos por volta da 1 hora da manhã de segunda-feira da semana passada do Hospital da Brasilândia, ficaram sabendo das demissões pela internet, o que já caracteriza tremendo desrespeito. Não bastasse isso, até hoje não assinaram a rescisão contratual com o Iabas, Organização Social que os contratou para prestar serviços no Hospital. Sem a rescisão, não conseguem encaminhar o seguro-desemprego nem dar entrada no Gundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS.
A Prefeitura comprometeu-se a organizar uma reunião nesta quarta, dia 17, às 16h, na Secretaria Municipal de Saúde, com os departamentos jurídicos das entidades sindicais, da própria Prefeitura e do Iabas.

A diretora do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, Ana Firmino, diz que essa reunião será muito importante “para ter um direcionamento do que será feito com os trabalhadores, quando será feita a rescisão e na sequencia os trabalhadores terem garantido o direito de dar entrada no seguro-desemprego e no FGTS”.
Anuska Schneider, diretora do SEESP que tem acompanhado de perto a mobilização da categoria, explica que “essa é uma situação bastante complicada, processo de demissão já deveria ter ocorrido, mas o Iabas está protelando, sem explicar porque ainda não deu encaminhamento aos processos legais”, afirma, esperando que tudo fique mais claro na reunião desta quarta para que os trabalhadores possam seguir adiante.

Por outro lado, Anuska diz que “Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo está atento e não medirá esforços para garantir o direito desses profissionais.
Com as demissões de cerca de 1.600 profissionais, o Hospital da Brasilândia pretende trabalhar com apenas 700. Com isso, haverá redução na capacidade de atendimento à população. “Hoje o Hospital da Brasilândia tem capacidade para 400 leitos e atenderá com apenas 200, prejudicando sobremaneira a população”, afirma Ana Firmino.
Ela lembra que este é um Hospital importante para toda a zona norte de São Paulo e que foi construído como resposta à luta da população da região. E hoje está de portas fechadas e com restrição de atendimento, “numa clara demonstração do descompromisso da Prefeitura Municipal com a saúde da população”, acredita.

Outras reivindicações
Ficou agendada para a próxima segunda-feira, ainda sem confirmação de horário, outra reunião com a Secretaria Municipal de Saúde para tratar de outras reivindicações dos profissionais que prestam serviços via OSs, principalmente sobre o vale-refeição. Hoje, não há isonomia no valor recebido pelos trabalhadores das diversas organizações sociais e mesmo entre trabalhadores da mesma empresa. Outro ponto a ser abordado é a insalubridade que alguns recebem e outros não.