Março é um mês que começa com luta. No dia 1° temos o Dia Internacional da Discriminação Zero e, logo em seguida no dia 8, o Dia Internacional da Mulher, ambos de extrema importância para todos os movimentos, nestes inclusos, o grupo LGBTQI+.
Atualmente os trabalhadorxs do Brasil e do Mundo estão sofrendo com a presença de governos neoliberais e de extrema direita que têm avançado na retirada de direitos, escravização das pessoas, violência contra as populações oprimidas e contra todas as minorias.
No campo do trabalho, vemos a substituição dos servidores públicos, por mão de obra terceirizada, submetida na maioria das vezes a sobrecarga de trabalho. E que ao mesmo tempo reduz a perspectivas daqueles mais vulneráveis ao mercado privado, pois é neste setor, que através de concursos públicos, conseguem uma atividade laboral, o que lhes permite viver com dignidade. Temos claro que isso fortalece a precarização do trabalho e consequentemente dificulta a distribuição de renda e a qualidade de vida.
Além disso, temos visto a ausência ou o enfraquecimento da implementação de políticas públicas voltadas, tanto às mulheres, quanto aos LGBTQI+, fazendo com que haja um retrocesso nas garantias e proteções dedicadas à esses.
Encontramos ainda, em muitas sociedades, a presença do preconceito, de discriminação de gênero, da homofobia e da transfobia, afetando a dignidade das pessoas e limitando sua participação no mundo do trabalho e na sociedade, como um todo.
É por isso que solicitamos às entidades afiliadas a ISP do Brasil para que insiram nos seus planos de luta os direitos trabalhistas das mulheres e dos trabalhadores LGBTIQ +, bem como a incorporação em suas estruturas organizacionais de uma representação destes segmentos.
É preciso que as entidades sindicais se envolvam neste debate que diz respeito a toda classe trabalhadora e criem programas de capacitação e sensibilização que dialoguem com as direções e com a categoria, objetivando reduzir e coibir a prática de atos contrários aos direitos trabalhistas e sindicais das mulheres e dos trabalhadores LGBTIQ +.
Elaine Aparecida Leoni
Eurian Leite
COMITÊ LGBTIQ+ da ISP Brasil. *Foto Paulo Pinto